terça-feira, 3 de março de 2009

Tenho ciumes de você...


A insegurança e a falta de amor próprio são os principais caminhos para uma pessoa se tornar ciumenta.

Mas por que você diz isso?


Com certeza, algumas pessoas irão perguntar e muitas delas também não conseguirão admitir que, antes mesmo de receber, temos que dar.

Quando queremos alguém, quando temos alguém que nos proporciona prazer, felicidade, companheirismo, esquecemos que o outro, o objeto do nosso amor tem desejos e objetivos que às vezes não são os mesmos que os nossos.

Depois que publiquei o Blog, tornei-me testemunha e até personagem de muitas histórias de solidão, de amor ferido, de amor encontrado, de amores perdidos, de reencontros e desencontros.

Temos registrado um número crescente de mulheres que visitaram ou visitam o nosso Falando de Mulher. Já são mais de 720 pessoas e, dentre essas, mais de 135 já conversaram comigo no msn sobre os problemas os mais diversos.

Em uma dessas conversas, fiquei pasmo de conhecer a história de uma linda e maravilhosa mulher que aceitava qualquer tipo de humilhação para não ficar "sozinha".

Qualquer coisa, até a humilhação e o desrespeito de ser traída explicitamente e achava isso normal.

Aí voltamos ao começo do texto.

As pessoas só fazem com a gente aquilo que permitimos.

Será mesmo que vale a pena sofrer todo e qualquer tipo de humilhação e até de pouco caso para viver momentos de amor e prazer?

Será que um sentimento tão grande é capaz de sobreviver a tanto sofrimento ou humilhação sem se abater, sem perder o rumo ou a vontade?

Será que esse amar é capaz de tudo suportar sem perder o viço, a intensidade? Vocês devem estar perguntando: e onde entra o ciúme?

Um momentinho, calma, mulheres maravilhosas e apressadas que eu já vou dizer...

O ciúme está dentro de mim, dentro de você, dentro de cada um de nós.

O difícil, complicado, inaceitável é quando o ciúme se torna sinônimo de posse, de insegurança, de desconfiança, de medo, de agressividade, de falta de controle, de violência e até agressão, tudo isso resultado da falta de amor.

É tão bom querer alguém, ter alguém para adormecer abraçadinho, é reconfortante poder para voltar pra ele ou ela, ter saber que alguém vai ligar preocupado porque não chegamos na hora que costumamos chegar ou porque não ligamos o dia todo, alguém que se preocupa verdadeiramente com a gente.

Nós, seres humanos, cometemos um erro imperdoável que vem se repetindo e sempre será assim: a expectativa criada em função do outro.

A partir do momento que queremos que o outro faça tudo aquilo que desejamos, sonhamos ou queremos, passamos a nos apossar do outro, a impedir que tenha identidade própria, desrespeitando sua individualidade.

O outro tem que fazer todas as nossas vontades, mesmo aquelas que não quer fazer, só porque é namorado, marido, amante, ou mesmo amigo.

Caso não faça nossa vontade, entra em ação a imaginação: ele está com outra, tem um caso...

E sofremos por conta de uma situação hipotética, nascida da insegurança.

O fato de não aceitar um convite que fez não quer dizer que deixou de amar você. Pode ser apenas que não tenha condições de ir.

A mesma coisa acontece quando você quer que seu parceiro vá a um lugar que ele não gosta de ir e mesmo assim você convida: pode ser que às vezes ele vá, mas tem que haver compreensão quando não quiser ir, sem cobranças.

Quando a gente ama e quer ver a felicidade do outro, não existe ciúme e sim CONFIANÇA.

A melhor forma de saber se alguém nos pertence por puro prazer, com espontaneidade, é deixá-lo livre.

Só assim podemos ter certeza de que está conosco por amor.

Existem momentos na vida que valem por uma existência inteira.

No entanto, muitas histórias de amor terminam de forma prematura porque não confiamos em nós mesmos, porque não temos amor próprio, porque não nos amamos.

E então entram em ação o ciúme, as reclamações, as brigas, as incompreensões...

Vemos chifre em cabeça de cavalo, cabelo em ovo...

E esquecemos de nos ver, de olhar para dentro de nós mesmos, de nos amarmos, nos respeitarmos.

E nos tornamos possessivos, passamos a desconfiar, a adotar atitudes indignas, a investigar, a procurar obsessivamente indícios da infidelidade presumida, tudo como forma de nos sentirmos mais à vontade e desviarmos a atenção de nós mesmos.

Porque é dentro de nós que reside o problema e não no outro.

O ciúme é uma doença que tem cura imediata. Basta perceber que somos a pessoa mais importante de nossa vida.

Se estamos com alguém que não gosta de estar ao nosso lado na maioria das vezes e que nunca está satisfeito com a nossa companhia, isso é o mesmo que estar só.

Então, em vez de ter ciúme, apaixone-se por você mesma, porque assim não terá rivais e vai perceber que tudo fica mais fácil quando você se valoriza e essa valorização começa no seu próprio coração, na sua alma e no seu querer.

Dessa forma, vai perceber que, antes de ter alguém ao seu lado, é preciso amar, mas amar intensamente você mesma.

E aí nada nem ninguém vai conseguir fazer você sofrer, sentir-se insegura, desconfiar, porque terá plena consciência do quão magnífica, especial, maravilhosa, sensacional você é e, sendo assim, não precisa viver correndo atrás de ninguém.

O verdadeiro amor só ama. Não trai, não maltrata, não faz sofrer.

UMA SEMANA MARAVILHOSA E
UM FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER.
Domingo 8 de março de 2009.